Tenho uma amiguinha criança chamada Clara. Ontem, serelepe que só, mostrou-me, saltitante, que sabia fazer "vampirinho". Trata-se de uma modalidade "caretística" que consiste em tapar o lábio inferior com a arcada dentária superior, deixando à mostra apenas os caninos. Neste caso, um deles completamente mole, prestes a cair. Cutuquei seu dentinho de leite; me deu aflição. Ela riu. Soube que a família inteira se mobilizava em prol daquele dente capenga, temendo o risco de que o engolisse. Cruz credo!
Pois bem; Deus escreve certo por linhas tortas, mesmo. Chegou o momento da criança dentro de mim finalmente fazer gracinha para Clara. Peguei um pequeno cachorro de pelúcia que supostamente imitava o cão real da família (o Pixel) e coloquei-o no chão, como se conversasse com o exemplar vivo de sua raça. Clara, participativa, aproximou-se para dar pitaco no diálogo imaginariamente canino. Subi ao alto dos meus 178 centímetros, e, comigo, veio minha bolsinha levemente parruda, que acertou milimetricamente o canino de Clara, parte atuante do discurso também canino.
Foi tudo muito rápido. Ela começou a gritar. Eu quase. Daí caiu uma pocinha de sangue no assoalho da sala. Aí sim: ela começou a gritar. Chamei sua mãe, mas só o cachorro veio. Lambeu o sangue, como quem apagasse as evidências coaguladas. Levei Clara ao banheiro e lavei sua boquinha, tadinha. Da área de serviço, Dona Catarina (a babá que vende Avon) gritava: "Vê se a menina engoliu o dente!". Até que chegou o irmãozinho e entregou-lhe o dente, triunfante. Então ela parou de chorar. Eu voltei a respirar. E foi assim que uma simples bolsada derrubou o dentinho de leite da filhinha da minha amiga!
Pois bem; Deus escreve certo por linhas tortas, mesmo. Chegou o momento da criança dentro de mim finalmente fazer gracinha para Clara. Peguei um pequeno cachorro de pelúcia que supostamente imitava o cão real da família (o Pixel) e coloquei-o no chão, como se conversasse com o exemplar vivo de sua raça. Clara, participativa, aproximou-se para dar pitaco no diálogo imaginariamente canino. Subi ao alto dos meus 178 centímetros, e, comigo, veio minha bolsinha levemente parruda, que acertou milimetricamente o canino de Clara, parte atuante do discurso também canino.
Foi tudo muito rápido. Ela começou a gritar. Eu quase. Daí caiu uma pocinha de sangue no assoalho da sala. Aí sim: ela começou a gritar. Chamei sua mãe, mas só o cachorro veio. Lambeu o sangue, como quem apagasse as evidências coaguladas. Levei Clara ao banheiro e lavei sua boquinha, tadinha. Da área de serviço, Dona Catarina (a babá que vende Avon) gritava: "Vê se a menina engoliu o dente!". Até que chegou o irmãozinho e entregou-lhe o dente, triunfante. Então ela parou de chorar. Eu voltei a respirar. E foi assim que uma simples bolsada derrubou o dentinho de leite da filhinha da minha amiga!
PS.: Desde que a comédia Diálogos de Escovas de Dentes estreiou, tenho notado no meu blog diversos posts sobre dentes, siso, dentista, etc... é, no mínimo, curioso! Embora não proposital.
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