Brenda Ligia-Cinema,TV,Teatro

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Brenda Ligia é atriz, mestre de cerimônias, diretora, apresentadora e locutora trilíngue (inglês/francês). Como atriz, atuou em 15 longas, 12 séries de TV, dezenas de curtas e espetáculos. Prêmios/ ATRIZ -Prêmio de melhor atriz no Brazil New Visions Film Fest (2023) -Prêmio de melhor atriz no Festival Riba Cine RJ (2022) -Prêmio de melhor atriz no Festival CinePE (2017) Prêmios / Diretora: -Prêmio Diáspora no Silicon Valley African Film Festival (USA, 2020) pelo seu curta Contraste, lançado pela MídiaNINJA -Prêmio Empathy no Essential Stories Project USA (2020) pelo seu documentário Ilê -Prêmio Especial no Cine PE (2014) pelo seu documentário Rabutaia CINEMA Cidade; Campo (Berlinale) 2024, Amado (Globoplay, Telecine) Sangue Azul (Netflix), Bruna Surfistinha (Netlix), etc. TV Séries Além do Guarda-roupa (HBO Max), Assédio (TV Globo, GloboPlay), Sob Pressão (Globo), A mulher do prefeito (Globo), etc. MC Brenda Ligia está na lista das 10 melhores mestres de cerimônias do Brasil, via Super SIPAT. Contato: atendimento@castinglab.com.br

17 de dezembro de 2015

"Todas as Cores da Noite" pelo Brasil

Debate após a sessão de "Todas as cores da noite / All the colors of the night", de Pedro Severien, exibido na noite de ontem no Cinema Do Museu - Recife, na Mostra "Retrospectiva 2015/ Expectativa 2016" do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco.
Debate com atriz Brenda Ligia, diretor Pedro Severien e equipe - "Todas as Cores da Noite" na Mostra Expectativa 2016 Foto: Marcelo Pinheiro



O diretor Pedro Severien com as atrizes Sabrina Greve, Brenda Ligia (amamentando) e Giovanna Simões, e a montadora Maria Cardozo; apresentando "Todas as Cores da Noite" na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (out/nov 2015)
Trecho do debate:

Sabrina Greve, eu teria te mandado este vídeo por WhatsApp, mas..Sabrina Greve, eu teria te mandado este vídeo por WhatsApp, mas...
Posted by Brenda Ligia Miguel on Quinta, 17 de dezembro de 2015

15 de dezembro de 2015

Diva no FestCine 2015

Atriz Brenda Ligia (Diva) no FestCine 2015
FestCine: festival de cinema que acontece há 17 anos no Estado de Pernambuco e funciona como excelente janela de exibição para um público diversificado. No pomposo e histórico Cinema São Luiz (600 lugares), no coração do Recife, o público assiste aos curtas dos novos e veteranos realizadores deste Estado, em diversas categorias.
Plateia do Cinema São Luiz (600 lugares)


Plateia do Cinema São Luiz

Na categoria ficção, participamos com o nosso "DIVA - Curta Metragem", de LRodrigues Junior.


O FestCine também conta com workshops e oficinas de formação; tive a oportunidade de participar do "Escrita Criativa para Roteiros de Ficção", com Márcio M Andrade, e o aprendizado foi bastante enriquecedor. 
Aula de "Escrita Criativa para Roteiros de Ficção"

Obrigada a todos! Que venham os próximos.
Fotos: Brenda Ligia, Djair Freire ou Toni Braga



8 de dezembro de 2015

Diva ganhou o prêmio de Melhor filme pelo Voto Popular

DIVA - Curta Metragem ganhou o prêmio de melhor curta-metragem /Brasil no internacional MAC Horror Festival
Oba! Pelo voto popular, nosso DIVA - Curta Metragem ganhou o prêmio de melhor curta-metragem /Brasil no internacional MAC Horror Festival. Que beleza!

Depois de termos passado pelo Festival De Cinema De Triunfo (PE) e pelo Los Angeles CineFest (EUA), estamos no Festcine, que está acontecendo aqui no Recife.

Todos estão convidados para assistir nossa DIVA no Cinema São Luiz hoje, às 19h. Entrada gratuita; censura 14 anos.


MERDA!* 
*No teatro antigo, merda era utilizada na linguagem dos artistas de teatro para desejar boa-sorte antes da entrada em cena. A expressão nasceu da língua francesa, merde, provavelmente no século XIX, pelo fato de o público ter acesso à casa teatral por meio de carruagens a cavalos que, muitas vezes, amontoavam fezes em suas entradas. Com ironia, a expressão correlacionava o fato de haver "muita merda" na entrada do teatro ao desejo de se ter também "muita sorte" em cena.
Wikipedia

5 de dezembro de 2015

DIVA no Cinema, no Teatro

Foto de Brenda Ligia Miguel.
Diva, com Brenda Ligia: 8 de dezembro, às 19h no Cinema São Luiz
"Quando o ator vive um personagem, o personagem também vive o ator"

DIVA - Curta Metragem
Com: Brenda Ligia Miguel

Direção e roteiro: Luiz Rodrigues Jr

Festcine - Festival de cinema do Recife
 

Terça-feira, 8 de dezembro
 

19h no Cinema São Luiz

2 de dezembro de 2015

Todas as Cores da Noite nos Estados Unidos

O Slamdance Film Festival acaba de divulgar os 20 títulos selecionados para seus programas de filmes, e nosso Todas as cores da noite / All the colors of the night, de Pedro Severien, foi o único filme brasileiro selecionado para participar da mostra competitiva do festival! Confira a matéria da revista Variety, com informações sobre o evento e os filmes! 
 
Sabrina Greve (Iris) e Brenda Ligia (Fernanda) em "Todas as Cores da Noite", de Pedro Severien

The Slamdance Film Festival has released the 20 selected titles to their narrative features and documentaries program! "Todas as cores da noite / All the colors of the night", by Pedro Severien, was the only Brazilian film selected and will participate in the festival´s narrative feature competition! Check out the article on Variety magazine with information about the event and the films! ‪#‎todasascoresdanoite‬‪#‎pedroseverien‬‪#‎slamdance‬‪#‎brendaligia‬

23 de novembro de 2015

"Bom Dia, Eternidade" exibido em Mostra em São Paulo

O primeiro longa-metragem no qual atuei, "Bom Dia, Eternidade", (do cineasta Rogério de Moura) está na Mostra Afrofuturismo (Cinema e Música em uma Diáspora Intergaláctica), que exibe filmes que contam a história do movimento negro e lança luz sobre a diáspora África-América, no passado e no futuro.

"Bom Dia, Eternidade" conta a história de Clementino (João Acaiabe/ Eduardo Acaiabe), fictício famoso ex-jogador de futebol que teve fama e sucesso. Atualmente, velho, caído no esquecimento, vive das lembranças de um tempo de glória e sucesso. Um dia, um acontecimento mágico mudará sua rotina e de sua esposa Odete (Zezé Motta).


Com: Zezé Motta, João Acaiabe, Antonio Pitanga, Débora Duboc, Eduardo Acaiabe, Eduardo Silva, Luciana Silveira, Robson Nunes... e, claro, Brenda Ligia Miguel. Emoticon smile

TERÇA-FEIRA, dia 24 de novembro, às 18:30h no Caixa Belas Artes (Rua da Consolação, 2423, São Paulo).

Cenas/cinema/Bom Dia, Eternidade: 

Gravação de videoclipe

Gravação do novo videoclipe da banda Rozenbac.
Direção: Marcelo Pinheiro.
Com: Andre Rosemberg, Jadson Vale (Bactéria), Ivo Barreto, Brenda Ligia & grande elenco.

Em breve, vem aí, sucesso! ♪♫♪♫♪♫♪♫♪♫♪♫
Atriz Brenda Ligia (personagem Neide) em gravação do videoclipe da banda Rozenbac. Direção: Marcelo Pinheiro.
Recife
"Tudo que você quiser", de Rozenbac



10 de novembro de 2015

"Todas as cores da noite" no Janela Internacional de Cinema

Todas as Cores da Noite no Janela Internacional de Cinema
"O horário de gala desta segunda-feira (9/nov) no 8º Janela Internacional de Cinema do Recife - às 21h30, no Cinema São Luiz - está dedicado ao début do cineasta pernambucano Pedro Severien na direção de um longa-metragem de ficção, 'Todas as cores da noite / All the colors of the night', integrando o programa de sessões especiais. Projetado há duas semanas na 39ª Mostra Internacional de Cinema / São Paulo International Film Festival, e também no Festival de Atlanta (EUA), 'Todas as Cores da Noite' vai a uma lugar dramatúrgico onde não há definições absolutas para a história que criou e é guiada, em momentos fortes, por monólogos".

Equipe e elenco de Todas as Cores da Noite no Festival Internacional de Cinema do Recife


Todas as cores da noite / All the colors of the night no Janela Internacional de Cinema do Recife
Posted by Brenda Ligia Miguel on Terça, 10 de novembro de 2015



8 de outubro de 2015

Todas as Cores da Noite tem pré-estreia internacional

Brenda Ligia e Sabrina Greve em "Todas as Cores da Noite", longa-metragem de Pedro Severien. Em breve, nos cinemas.
Nosso Todas as cores da noite / All the colors of the night tem pré-estreia internacional hoje, no Festival de Cinema Independente de Atlanta!
E também estamos na Mostra Internacional de Cinema / São Paulo International Film Festival, de 24 a 28 de outubro!


"Todas as Cores da Noite" tem pré-estreia internacional no Festival de Cinema Independente de Atlanta (EUA)
Meu bebê observa: Sabrina Greve, Romulo Braga e Brenda Ligia Miguel (ou melhor, meu par de pernas).
Saiba mais AQUI (matéria de jornal). 

5 de outubro de 2015

Todas As Cores da Noite estreia nos cinemas

Tcham tcham tcham tcham! Vem aí, "Todas as cores da noite / All the colors of the night", longa-metragem do grande Pedro Severien (Orquestra Cinema Estúdios).
Com: Sabrina Greve, Brenda Ligia Miguel, Sandra Possani, Giovanna Simões, Romulo Romeu Braga.
Em "Todas as cores da noite", a realidade funciona como uma dimensão da imaginação, da memória e da loucura… é o filme mais alucinante no qual atuei nesta vida!
Em breve… num cinema perto de você. Ou nem tão perto assim. 


Trailer Oficial - Todas as cores da noite"Todas as cores da noite”, primeiro longa-metragem do diretor pernambucano Pedro Severien, está pronto e traz para a tela grande uma realidade embriagada de imaginação, memórias e loucura.Assistam o TRAILER do filme e aguardam as novidades de lançamento!!
Posted by Todas as cores da noite / All the colors of the night on Sexta, 2 de outubro de 2015

*curta nossa página: https://www.facebook.com/todasascoresdanoite
Brenda Ligia Miguel vive Fernanda no longa-metragem "Todas as Cores da Noite"

6 de agosto de 2015

DIVA estreia no Festival de Cinema

É hoje a estreia de DIVA no Festival de Cinema de Triunfo!!! ❤
Assista ao trailer e tenha um gostinho do que vem por aí... feliz da vida.
Clique para assistir ao TRAILER OFICIAL.
DIVA estreia no Festival de Cinema
DIVA - Trailer OficialAs cortinas foram abertas! Veja o trailer oficial do Curta metragem "DIVA", que será exibido amanhã as 15h30, no Festival de Cinema de Triunfo.Direção e Roteiro: Luiz Rodrigues JrCom: Brenda Ligia Miguel
Posted by DIVA - Curta Metragem on Quarta, 5 de agosto de 2015


As cortinas foram abertas! Veja o trailer oficial do Curta metragem "DIVA", que será exibido amanhã as 15h30, no Festival de Cinema de Triunfo.Direção e Roteiro: Luiz Rodrigues JrCom: Brenda Ligia Miguel
Posted by DIVA - Curta Metragem on Quarta, 5 de agosto de 2015

29 de junho de 2015

Sangue Azul: em cartaz nos cinemas

Você já foi ao cinema para assistir Sangue Azul - O Filme?
Essa semana nosso filme segue em cartaz no seguinte circuito: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, Porto Alegre, Maceió e João Pessoa. Imperdível!
Jandira (Brenda Ligia) em Sangue Azul (de Lírio Ferreira) com Ivonete (Fernando de Noronha)

Em memória

Um dia me perguntaram se a dor do parto era a pior do mundo. "Claro que não", eu disse. Porque a pior dor do mundo não é a de ganhar um filho, e sim perder. Não existe, nessa vida, nada mais doloroso do que uma mãe se despedindo do filho. É a faca afiada da saudade que estraçalha a alma; e parece que não cicatriza nunca, Deus me livre. 
 
Ontem à noite, no Morada da Paz, presenciei uma mãe-leoa se despedindo da cria que lutou contra o câncer com todas as forças e sede de beber até a última gota de vida. Cumpriu a missão e libertou-se das dores do seu mundo; a jovem Júlia Ferreira partiu deixando saudade e lição de vida.

Então, com o coração apertado, dei meu abraço mais forte em seu pai, nosso amigo Lirio Ferreira, cujos olhos tristes refletiam o maior amor do mundo.

No caixão, entre tantas flores, a mais bela repousava serena em seu descanso perpétuo, quase sorrindo de tão linda a jovem mocinha. Dei um beijo em sua testa fria, despedindo-me da guerreira corajosa que conheci ainda criança.

"Olhaí, Juju. Eu não prometi trazer Raul pra você conhecer? Então!", pensei. As mãozinhas quentes do meu filho tentavam tocá-la, tão florida estava. Ele também se despedia; afinal, a sensibilidade dos bebês é muito maior do que se imagina.

Foi uma honra tê-la em nossas vidas, Júlia. Mas agora já pode voltar a voar: livre, enfim.
Uma roda de amor, tristeza e saudade


Lirio Ferreira, amigo gatito, amo você. Levante-se quando estiver pronto: estaremos aqui para ampará-lo.

Agora chove forte lá fora, e aqui dentro, há saudade líquida escorrendo pelo rosto, e queimando mais que a chama da vela que acendemos pra ela. Ê, vida que faz "crescer e aceitar que, de repente, tudo muda e troca de lugar."

Júlia Ferreira, descanse em paz, filha.
 
 
 
  
"A vida não passa de uma oportunidade de encontro; só depois da morte se dá a junção; os corpos apenas tem o abraço, as almas tem o enlace".
Victor Hugo
 

4 de junho de 2015

Estreia HOJE nos cinemas: Sangue Azul

Hoje é a estreia nacional do nosso premiado Sangue Azul - O Filme. No filme, minha personagem é Jandira, a ilhéu vulcânica. E eu queria que todo mundo fosse ao cinema para ver um dos mais belos longas do ano. Todo mundo.

SANGUE AZUL: a partir de hoje, nos cinemas do Brasil. Um filme de amor numa ilha que traz o circo rodeado pelo mar.

Direção: Lirio Ferreira (Drama Filmes)
Com: Daniel de Oliveira, Caroline Abras, Matheus Nachtergaele, Milhem Cortaz, Laura Ramos, Paulo Cesar Pereio, Sandra Corveloni, Ruy Guerra, Romulo Braga, Brenda Ligia e grande elenco grandioso.

-Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Ator Coadjuvante no Festival do Rio | Rio International Film Festival
-Melhor Fotografia e Melhor Figurino no Paulínia Film Festival
-Exibido na abertura do Festival de Berlim
-Primeiro longa-metragem inteiramente filmado no arquipélago de Fernando De Noronha

1 de junho de 2015

Pré-estreia de Sangue Azul

Pré-estreia do nosso Sangue Azul - O Filme (Recife).
Estreia nacionalmente nesta quinta-feira, dia 4 de junho, num cinema perto de você!
Daniel de Oliveira, Lírio Ferreira, Lia de Itamaracá e Brenda Ligia
Parte da equipe do filme Sangue Azul

31 de maio de 2015

Sublime

Quando o tempo para e o amor paira
Enquanto mama, ele me fita com olhinhos inocentes, de um cinza azulado profundo, como dos anjos. A mãozinha prende meu dedo e juro que gostaria de congelar este momento pela eternidade... impossível. Ele suga, o amor flui, e é natural. Ele sonha, risonho. Me derreto por dentro, sentindo o que não se vê. Eu sou ele e ele me é, também... tão bom. É sagrado, só nosso.
Se espreguiça, charmoso. Um gemidinho-neném; acho graça. Em câmera lenta, libera o mamilo: se encheu. Leite escorrendo pelo canto da boquinha perfeita; passo a fralda bordada. Os dedinhos relaxam. Parece que dormiu.
É, dormiu. Meu anjo. Contemplo em silêncio. Afago. Ternura.
Acorda logo, meu filho... pra recomeçar essa felicidade grátis que dura pra sempre no coração da gente e faz o tempo parar.

17 de maio de 2015

RABUTAIA



Muitas vezes eu penso: "isso daria um filme". Um dia, com essa ideia na cabeça e câmera à obra, imagine: fizemos um filme. Quase caseiro, mas ainda assim, um filme. Desses do tipo documentário: tudo verdade. Quando você tiver oito minutos livres, por favor, assista nosso "RABUTAIA".
RABUTAIA (direção, roteiro e edição: Brenda Ligia) from Brenda Ligia on Vimeo.
Direção, Roteiro e Edição: Brenda Ligia Miguel
Com: Gilson Silva, Diva Miguel & família
Direção de Fotografia: Marcelo Pinheiro
Correção de Cor: Cristiano Lemos
Música: Gustavo DA Lua e Ricardo Miguel
https://vimeo.com/97046643
(ENGLISH SUBTITLES / LEGENDAS EM INGLÊS)


-Prêmio Especial Link Digital no festival de cinema Cine Pe 2014

-Estreia internacional com exibição no Golden Orchid International Festival em 2014 (Pensilvânia, E.U.A.)

"Pura linguagem e pura política. Amei".
Luiz Carlos Merten, Estadão

"'Rabutaia' foi um dos poucos filmes que conseguiram se destacar no festival".
Carlos Helí de Almeida, O Globo

******************
"Orson Welles, provavelmente mentindo, afirma que na verdade: 'um filme, além de morto, não está nem muito fresco. Vem numa luta. Fazer um filme leva tempo. O filme que estreia na semana que vem é do ano passado'. É um fato. Mas nós, que nos sentamos no escuro para seu velório, sempre o ressuscitamos. E quando isso acontece, que bela eternidade ele nos dá para o que sobrar do dia. Experimente."
José Wilker

14 de maio de 2015

Memória de infância


Uma das primeiras memórias que tenho da infância é de quando vi, pela primeira vez, a lua. Eu tinha uns 4 anos e viajava no banco de trás da nossa Variant branca, indo de Ilhéus para Itabuna. Ia solta, sem cinto de segurança nem nada, porque nos anos 80 era assim, mesmo. Minha mãe, a motorista, com grandes bobes coloridos escondidos nos cabelos, sob um lenço estampado, dirigia pela estrada enquanto fumava feito caipora, soltando baforadas do seu Plaza longo c/ piteira (nos anos 80 era assim, mesmo).
A Lua e Eu

Eu, sarará de maria-chiquinha e barrigão cheio de verme, observava o mundo com os olhinhos atentos de criança curiosa... via o mar, a fumaça, e a joaninha que eu trazia, com cuidado, na palma da mão.
"Essa vai morar com a gente", pensei meu segredo, "e dormir comigo, no meu quarto". Satisfeita, eu.
Via o céu, as estrelas, a lua... mas, peraí: a lua estava seguindo a gente. Os coqueiros passavam, as casinhas de beira de estrada ficavam pra trás, tudo sumia de vista... mas a lua, não! Ela estava, definitivamente, se-guin-do a gente!
-Mãe! A lua está seguindo a gente, mãe!
Pelo retrovisor, ela me olhou, sorriu e disse "ãrran".
Como assim? Só "ãrran"? Um evento daquela dimensão, descoberto por mim, e ela apenas "ãrran"!? Tsc, tsc, tsc... que decepção, Dona Marizia.
E assim foi até chegarmos em casa: a lua nos fez a escolta exclusiva mais brilhante de que se teve notícia. Eu, me sentindo importante, esboçava um sorriso tão largo que exibia até as estrelas do céu da boca. "Só podia ser coisa da joaninha da sorte!"
Menina mais satisfeita, naquele dia, não havia em toda a Bahia.

Ao longo dos anos, descobri que a lua me seguiria sempre, por onde quer eu fosse. Desde quando nasci (virada pra lua?), na minha amada Ibiá/MG (onde a vida tem cheiro de pão de queijo de vó), passando por São Paulo, Suíça, Trinidad & Tobago, Panamá, Recife... por onde andei, até os dias de hoje, ela (soberana) me vigia (e reina) atenta, lá do topo.
No céu de minha existência, ao longo das últimas décadas, a lua deu 481 voltas na Terra, mantendo sempre sua beleza majestosa, única. Quem mudou fui eu... bastante. Mas aquela menininha ainda brinca em minha alma... principalmente esta noite, quando encontrei uma joaninha na calçada e trouxe escondida, pra morar comigo. Me sinto, de novo, como aquela criança ingênua que guardo desde sempre, com carinho, aqui na minha memória emotiva; que se encantava com as maravilhas do mundo e os mistérios dos céus, sem saber ao certo onde termina um e começa o outro.

E você, qual é sua primeira memória de infância?

10 de maio de 2015

Disse não disse

Minha mãe disse "ele está com cólica porque tomou vento".
Minha avó disse "ele estranha tudo porque nasceu na água".
Minha sogra disse "passe farinha de tapioca nessas brotoejas".
Meu irmão disse "não deixe ele chupetar o peito na hora de dormir".
Minha cunhada disse "ele está mamando sem ter fome".
Minha amiga disse "coloca a pontinha do supositório na bundinha dele".
Minha vizinha divorciada disse "ele chora demais; dê o peito a ele".
A diarista exemplar disse "se ele não dormir no berço, vai ficar com problema".
A cozinheira desempregada disse "acho lindo neném com chupeta; você devia dar".
O cineasta pernambucano disse "ele está suando muito, coitado".
O balconista tricolor da padaria disse "está muito frio pra ele".
A gordinha no semáforo disse "o sol está quente demais para um bebê".
O taxista disse "você é louca!, meus filhos só saíram de casa depois dos oito meses".
O mendigo da pracinha disse "este horário é ruim pra ele por causa da poluição".
O cabeleireiro careca disse "ele está engordando muito e ficando com papada, ó!".
A tia do interior disse "cuidado na hora do banho porque quem tem pulmão fraco não pode engolir água".
A madame invejosa de Boa Viagem disse "peito muito grande desse jeito é ruim porque afoga o bebê, coitado".
O ator famoso disse "é normal dar umas gotinhas de Luftal pro bebê".
A velhinha de cabelo violeta que estava na fila quando fomos pegar o formulário do batizado disse "segura a cabecinha atrás; cuidado com ele".
Por boa intenção, ignorância ou má-fé, muita gente diz coisas sobre meu filho. Mas ninguém diz o indizível: o instinto materno se encarrega de tudo, pois nossa sintonia tem conexão eterna. Meu bebê passou mais tempo dentro de mim do que fora, me conhece por dentro e se acalma ao som das batidas do meu coração de mãe. E recorro a ele Emoticon heart ao tentar encontrar respostas para as tantas dúvidas que assolam uma mãe de primeira viagem. No fim das contas, dá certo! Emoticon smile

Adivinha o que EU disse? Que estou curtindo muito meu melhor papel. É uma delícia ser mãe e viver o mais puro amor.  

Não perturbe: estou parindo

No século passado, na região do extinto Quilombo do Ambrósio, no triângulo mineiro, existiu uma generosa enfermeira que, como parteira, auxiliou almas nascidas naquele vilarejo; seu nome era Dona Isaura. Assim, na presença dela, mulheres pariram cidadãos aos montes. Décadas depois, quase todos os povoadores da cidade (costureiras, padeiros, delegados, professoras, médicos, policiais, vagabundos etc) tinham sido recebidos pelas mãos daquela senhora, figura ilustre da pequena Ibiá, Minas Gerais, Brazil.
Gerações adiante, uma sobrinha-neta de Dona Isaura, dessas balzacas que engravidam depois dos 35, resolveu ganhar neném numa piscina cheia de água morna, com desenhos de peixes coloridos. Pesquisou: “parto na água” em sites, blogs, textos; “parto normal” em vídeos, fóruns, grupos; “parto natural” em livros, revistas, depoimentos; “parto humanizado” em filmes, artigos, rodas. E, obviamente, chorou rios com "O Renascimento do Parto - O Filme". Essa grávida monotemática e empoderada, sobrinha-neta da saudosa tia Isaura, que resolvera receber seu bebê com doçura e delicadeza, claro, sou eu. E, sob meu olhar, esse é nosso relato de parto humanizado, que foi o que de mais intenso aconteceu em toda minha existência. Todo o amor ao homem mais lindo que já amei (por dentro e por fora); Marcelo (mar+céu), que é meu marido, melhor amigo e maior amante desde 1978.

RECIFE, NOVEMBRO DE 2014
Naquela noite, na sala de bem-estar, depois da sopa de legumes, o casal preparou-se para dar play num filme no DVD. Aí, surpresa: a mulher começou a sentir as benditas contrações. “Se for só isso, beleza”, pensou. Fechava os olhos, respirava fundo, soltava o ar. O filme, no pause. O marido, em alerta. Ah! E continuaram. Gradativamente mais intensas. E mais, e mais.

Horas depois, a solução foi entrar no chuveiro; banho de água quente ajuda. Melhorou um pouco, ufa. Tudo ficou mais forte; inclusive ela própria. Impossível fugir do encontro com sua natureza. Deitou-se para descansar; e veio outra... ah! Obcecada, se viu usando aplicativo de iPhone para tentar registrar a duração e os intervalos das contrações (árdua missão). Madrugada adentro, ligou para sua doula Ludmila Cavalcante, que acalmou: “Brenda, quando for, você vai saber”. Ah bom. Mensagem do Doutor: “São os pródromos, aproveite”. Palavra nova, essa. Ah! Veio outra.

Com custo, dormiu. Sonhou. Delirou. Acordou. Gemeu. Foi uma noite cheia de vida própria: a própria vida e a gerada dentro de si, que, na verdade, seria parte da sua até seus últimos dias.

32 HORAS DEPOIS...
Já na Maternidade Santa Lúcia, pendurado à maçaneta da suíte hospitalar, o aviso “Não perturbe, estou parindo”. No canto mais espaçoso, a piscina (olha a mangueira esguichando). No centro, a cama (tem até alavanca). A bola de pilates (logo eu, que nunca levei jeito pra pilates). O som lá de casa, o abajur meia-luz, as almofadas cheirando à lavanda, o aroma dos óleos relaxantes, a bandeja de guloseimas (com castanha, chocolate, suco)... pronto. Depois de mais de 12 horas ininterruptas de trabalho de parto, de 9 meses de uma jornada inexplicável, de 8 centímetros de dilatação e de 10 anos de um amor que floresce, lá estava eu, com meus medos e vontades, prestes a parir dentro d’água e colocar uma pessoinha no mundo. Pessoinha esta que mudaria a razão da minha existência, diga-se.

Quanto mais difícil ficava o trabalho, mais importante a confiança na equipe. A doula me fazia massagem mágica. O obstetra Doutor Renato Grandi Ramalho (eterna gratidão) me dizia palavras-coragem. A parteira mais que incrível Suzely Aragãosempre ali, só coração. O amor-marido Marcelo me dava beijo na boca para liberar ocitocina... ah! Veio outra. Mais forte que a anterior. Aí me sugeriram vocalizar bem alto, com força, na hora da dor. No início, o fiz com um pouco de vergonha, confesso, me sentindo meio ridícula. Depois, pela sensação amenizadora, adotei como essencial ao bem parir. Ah! Outra. Ondas...

Entrei na piscina como num mergulho sem volta; e era, mesmo. Calor, muito calor. Senti a compressa de água fria na testa... ô beleza de doula. Cadê o chocolate que disseram que tinha? Minha mãe Marizia sempre disse que 'é a pior dor do mundo essa tal dor do parto'; se ela tiver razão, a coisa tende a ficar feia pro meu lado. Sim, porque, até o momento, estava quase suportável. Chegaria num estágio de dor para “cavalo do cão chupando manga”? E lá vem outra... ah! Vem, Raul. Meu filho, vem.

Marcelo colocou “Afrosambas” para tocar: Vinicius de Moraes e Baden-Powell. “Pergunte ao seu Orixá, o amor só é bom se doer”, cantavam... ah! E como doía. O tempo ia passando... e nada. Eu lá, esparramada na piscina, com a barrigona do tamanho do sol, e nada de neném. Parece que, por instantes, me vi fora do meu corpo... mas depois voltei. Acho que estive num universo paralelo, transportada para outra dimensão chamada “partolândia”, onde as coisas não são muito claras. Ou são, não sei.

*EXPULSIVO*
Tá na cara que isso não vai dar certo. Não tem como. Pra quê fui inventar moda?! Já deve passar das 5 da tarde... esse povo todinho aí, e nada. E agora, gente?
Auscultam meu bebê: batimentos fetais perfeitos. Ufa... ah! Lá vem a danada... ah!
-Doutor Renato do céu, não consigo fazer mais força que isso!
Ele, sereno, só ri:
-Não precisa. Faça só a força que sentir vontade. Ele está vindo no tempo dele.
Nossa. Então é isso. É normal. E lindo. Ah!
-Coloque sua mão para tocar a cabecinha do seu filho.
“Ah! É demais pra mim”, penso. Coloco, sinto... é meu filho! E ele, então, “desnasce” pra dentro de mim. Juro: a cabecinha do menino entrou.
-Ah, não! Ele tá entrando- choramingo. Todos riem, meus amigos.
Eu, cansada dessa última fase de vai-não-vai... socorro. Eu sabia que seria assim? Lá vem outra... ah! O bebê sabe nascer. Mas eu vou, mesmo, saber parir? Delírio, tremo. Tia Isaura sussurra no meu ouvido: “Nossa Senhora passa a mão na cabeça”. Água. Quero água, anda logo, porra... ah! Lá vem. Arranho a batata da perna do Marcelo, controlando a vontade de mordê-lo pra arrancar pedaço, estraçalhar o coitado. Está pegando fogo, gente! Puta que pariu, merda... ah! Gente, estou me rasgando todinha; pela metade. Juro. Ah! A maior força do mundo, estou fazendo agora. Olha... ah! Não aguento mais isso. Meu lado-bicho vai me explodir... ah! “Amar é morrer de dor”, cantam, no som. Estéreo, acho. Está vindo outra. Respiro, fundo. De novo. Força! Desliga essa merda de música, Marcelo, vai, anda logo. O som. Porra! Silêncio. Eu respiro. Mas tenho certeza que estou morrendo. Vem, meu filho. Meu menino, serafim. Será fim? Agora. Vem, Raul. Morri. Olha. Saiu. De dentro de mim. O meu filho. Ali, olha a cabeça dele toda pra fora de mim. Parou no ombro, normal. Parou o tempo, aqui. Estou paralisada, olhando pra ele sob a água. Ah! Nasceu meu bebê. Todo, inteiro, com dedinhos magros em cada mãozinha. Nasceu com os olhos bem abertos; recém-nascido curioso, esse meu Raulzinho. Jorrou vida afora, já pronto, com o cordão laçado no pescoço; doutor Renato e parteira Suzely desenrolaram, com delicadeza e segurança. Eu, a mãe, peguei meu bebê no colo e o coloquei junto ao meu coração, cujas batidas, certamente, lhe eram familiares...

Seu cheiro, meu filho... nunca me esquecerei do seu cheiro. Tão bom! Cheiro de deleite doce, meu amor, vérnix e vida. Bem vindo, meu bebê. Conseguimos! Nós conseguimos, filho. Graças a todos nós, juntos, ali renascemos, com mais força e poder. Às 11:13h de uma manhã de sexta-feira que mudou todo o meu viver. E, a partir daí, só nos resta toda a vida pela frente, Raul, meu filho, meu presente.
Houve olhares, lágrimas, sorrisos, silêncio. Lufada de ar no pulmão: dor. Choro. Cantei nossa música; reconheceu de imediato. Suspirou. Chorou o pai, a mãe, o filho... chorou toda a equipe. Afinal, vida, morte e sexualidade tocam fundo no coração da gente. O quarto é inundado por um amor tão visceral que é quase palpável: flutua no ar como um halo que coroa a aura.

-Respire, Brenda. Você está respirando por ele, continue respirando.

Quando para de pulsar, o pai corta o cordão umbilical. Mas o invisível permanece atado, para sempre. Dequita-se a placenta: o sangue marca, no papel Canson, uma árvore da vida. Pontos. Ele, sempre colado à mãe; formamos quase um só. O ambiente é calmo, temperatura agradável, luz amena. Ele mama. Eles amam. E dorme o anjo, contemplado com ternura e silêncio. Que transformação sagrada: do divino ao humano e do humano ao divino em segundos e para sempre, amém. Nada como a bênção perene da suma perfeição. É uma dádiva confiar na vida e desfrutar dessa coisa mágica que é ser mãe. MUITO OBRIGADA!