Hoje é dia de pegar resultado de ultrassom no laboratório: justo sexta, o pior trânsito. Aí resolvi contratar um motoboy, que veio rápido, apressado. O jovem rapaz, negro franzino, tirou o capacete, pegou os dados todos, e, quando cruzava o portão do prédio para seguir seu destino, falei:
“Ó, lá fecha às 18h, mas, se não der tempo, não precisa ficar aperreado, desesperado, correndo feito doido nessa moto, tá?”
Ele, estático, ouvia.
“Sua vida vale muito mais que '30 reais ida e volta', rapaz... não se esqueça disto”.
Percebi que seus olhos, úmidos, voaram longe, perdidos n’alguma lembrança. Com voz embargada, respondeu:
“Dona Brenda, 'vou te contar uma coisa' pra senhora... se minha mãe perder dois filhos em uma semana, ela é que morre”.
Silêncio.
Vazio.
Começou a chover.
Virou as costas e saiu carregando sua história e suas dores no baú da empresa.
E eu, aqui, envolta na minha felicidade fácil... sei que não faltam lágrimas pras grandes tragédias do mundo, mas... AH!, as individuais também me tocam tão fundo!
“Ó, lá fecha às 18h, mas, se não der tempo, não precisa ficar aperreado, desesperado, correndo feito doido nessa moto, tá?”
Ele, estático, ouvia.
“Sua vida vale muito mais que '30 reais ida e volta', rapaz... não se esqueça disto”.
Percebi que seus olhos, úmidos, voaram longe, perdidos n’alguma lembrança. Com voz embargada, respondeu:
“Dona Brenda, 'vou te contar uma coisa' pra senhora... se minha mãe perder dois filhos em uma semana, ela é que morre”.
Silêncio.
Vazio.
Começou a chover.
Virou as costas e saiu carregando sua história e suas dores no baú da empresa.
E eu, aqui, envolta na minha felicidade fácil... sei que não faltam lágrimas pras grandes tragédias do mundo, mas... AH!, as individuais também me tocam tão fundo!
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