Vasculhei várias livrarias atrás do livro "Antes que eu Morra", de Luis Erlanger, mas não achei. Antes de declarar minha carência literária, meu marido me sugeriu sua preciosa edição de 73 de "Cem Anos de Solidão", que fizera parte da sua adolescência surfista de Boa Viagem (coisa fina). Oba!, pensei.
Antes mesmo de José Arcadio fugir da cidade com os ciganos, recebi a ilustre visita da minha escritora viva favorita, Ana Maria Gonçalves (por sorte, também minha prima desde 78). Veio ao Recife para um simpósio intelectual na Maurício de Nassau, e, rimas à parte, trouxe pra casa, de bom grado, um grande achado: um livro raríssimo, desses que só se encontra vez em nunca... "Leite do Peito", de Geni Guimarães, poeta nascida em 47 em SP.
Leite do Peito de Geni Guimarães |
Fui prontamente seduzida por este tesouro... "Gabo pode esperar".
Ah... decisão acertada! Sorvi todas as gotas de "Leite do Peito", uma das prosas mais poéticas que já li. Esta senhora reconstrói suas memórias afetivas de forma tão intensa! O livro tem uma cadência envolvente, e o personagem transita com fluidez perfeita pela narrativa das lembranças viscerais abordadas por Geni, desde a infância até a maturidade. Por vezes tive que pausar a leitura para conter as lágrimas, por conta das emocionantes histórias de vida desta mulher. Como é bom viajar profundamente pela dolorosa e bela vida alheia!
Foi inspirador... e virei fã de Geni Guimarães, uma das grandes escritoras negras do Brasil.
Agora, voltando à Macondo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário