Brenda Ligia-Cinema,TV,Teatro

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Brenda Ligia é atriz, mestre de cerimônias, diretora, apresentadora e locutora trilíngue (inglês/francês). Como atriz, atuou em 15 longas, 12 séries de TV, dezenas de curtas e espetáculos. Prêmios/ ATRIZ -Prêmio de melhor atriz no Brazil New Visions Film Fest (2023) -Prêmio de melhor atriz no Festival Riba Cine RJ (2022) -Prêmio de melhor atriz no Festival CinePE (2017) Prêmios / Diretora: -Prêmio Diáspora no Silicon Valley African Film Festival (USA, 2020) pelo seu curta Contraste, lançado pela MídiaNINJA -Prêmio Empathy no Essential Stories Project USA (2020) pelo seu documentário Ilê -Prêmio Especial no Cine PE (2014) pelo seu documentário Rabutaia CINEMA Cidade; Campo (Berlinale) 2024, Amado (Globoplay, Telecine) Sangue Azul (Netflix), Bruna Surfistinha (Netlix), etc. TV Séries Além do Guarda-roupa (HBO Max), Assédio (TV Globo, GloboPlay), Sob Pressão (Globo), A mulher do prefeito (Globo), etc. MC Brenda Ligia está na lista das 10 melhores mestres de cerimônias do Brasil, via Super SIPAT. Contato: atendimento@castinglab.com.br

8 de março de 2014

8 de março na Folha de SP

Primas Brenda Ligia Miguel e Ana Maria Gonçalves

Eu, caçula, amo meus irmãos mais velhos, mas sempre quis ter uma irmã pra dividir o quarto, os segredos, as roupas, a vida. Aí, um belo dia, minha prima foi pra SP morar com a gente por um tempo. A jovem Ana Maria dava aulas de inglês; era quase independente. Tinha amigos da Faap que tocavam violão em turmas. Gostava de ficar lendo, quietinha, no nosso apartamento em Higienópolis. Eu achava lindo seu jeito de trançar os cabelos crespos à hora de dormir. Os olhos, claros, num tom de verde com amarelo e mel. Criamos piadas internas em mineirês-dialeto; víamos televisão com o aparelho desligado (juro!), comentando os supostos programas imaginários e rindo do nosso próprio "burricimento". Uma vez, peguei seu diário escondido (eu queria ser Ana), mas confessei o pecado; perdoada. Minha prima, amiga, virou irmã, com todo o amor que pode haver nessa vida, incluindo conselhos ácidos. 

Depois da faculdade de Publicidade e de toda a loucura da cidade, a prima se cansou e bolou um plano: foi pra ilha de Itaparica morar numa casa com paredes coloridas, bem pertinho do mar. Escreveu um livro: sucesso. E depois escreveu outro: quase mil páginas de mais sucesso ainda, Um defeito de cor - O livro - de Ana Maria Gonçalves, que chamou atenção do cineastaFernando Meirelles e deve virar série da Rede Globo com direção de Luiz Fernando Carvalho. Aguardem... a moça promete e cumpre.

Depois de anos morando em Nova Orleans, ela está de volta ao solo brasileiro. Atualmente, trabalha em série pra TV e filme pro cinema, no melhor estilo do longa premiado do Oscar "12 Anos de Escravidão". No nosso caso, o personagem brasileiro é Luís Gama, que foi escravizado, leiloado, e, com persistência, conseguiu liberação do cativeiro após "7 anos de escravidão". Seus relatos escritos no Brasil escravocrata do século XIX são os únicos de que se tem notícia. Nos Estados Unidos, eles preservam documentos com narrativas de ex-escravos. Aqui no Brasil, não. Por isso, gente como minha prima-irmã-amiga Ana Maria Gonçalves é fundamental para passar a limpo nossa História suja. Orgulho, saudade e gratidão. 

HOJE, 8 de março, no jornal Folha de S.Paulo, na capa da Folha Ilustrada
(guardem pra mim esta matéria de Sylvia Colombo, por favor!) 
Folha de SP (Ilustrada): matéria sobre o trabalho de Ana Maria Gonçalves

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