Em tempos de corrida final para entrega da declaração do imposto de renda até dia 30, me vi obrigada a ir ao despachante da minha rua. O nome dele é Nilton.
Acontece que, segundo as "boas línguas" do bairro, Nilton (o Niltão) largou sua ex-mulher, que era "linda de viver" (ainda de acordo com as mesmas "boas línguas") para se casar com uma mulher mais jovem. Sim, pasmem: eu disse "mais jovem".
E o povo da Jaguara falou, o bairro se chocou, as fofoqueiras estremeceram em seus portões... até que deu no que deu: picharam o muro do escritório de contabilidade do homem com os dizeres "NILTÃO CORNÃO", rabiscados com spray apressado.
Só que isso já faz anos... Niltão nunca quis apagar a ofensa que lhe dá bom dia todas as manhãs quando chega ao trabalho. Eu, curiosa com a vida alheia, perguntei a minha mãe, que é mais entendida, qual o motivo de não apagarem aquilo ali. Ela disse que o Nilton é muito bem resolvido e tem cabeça boa, então nem liga praquele papo de cornão. É a velha história: chifre é uma coisa que colocam na cabeça da gente... quem disse que adulto não sofre bullying!
Pois hoje fui lá para entregar o comprovante de rendimentos (como se eu tivesse algum). Confesso que estava um tanto ansiosa para ver a cara do tal Niltão. A secretária novinha veio à porta e falou comigo pelo intercom.
-Pois não (interroga)
-Eu queria falar com o Nilton.
-Quem gostaria (interroga)
-É a Brenda.
-Brenda de onde (interroga)
-... (eu pensativa)
-... (ela interrogativa)
Fiquei pensando de onde eu era. Brenda de Ibiá, Minas Gerais, do triângulo mineiro... mas acho que não era isso que ela queria saber.
-Brenda... daqui! - foi o que saiu - sou filha da Marizia.
Ah, bom. Ela sorriu e abriu a porta. Olhei à volta, na esperança de ver algo que pudesse identificar o alvo... mas ele não estava. Entreguei o documento, falei meia dúzia de palavras e saí apressada, tentando fugir da chuva da penúltima sexta-feira de abril de 2010.
6 comentários:
.rararara. totalmente excelente esse post. grande niltão, o sócio do bairro.
daqui Floribundus do outro lado do rio.
trabalhei para aquecer até à chegada do aquecimento global.
depois (farto da europa latrina) peguei na maleta e saí para a europa central. em casa de velha amiga fui cozinheiro,jardineiro,chófer, etc
permitiu-me conhecer a europa que no final do séc. XIX tinha 12º ano de escolaridade com carácter obrigatório.
saúde e fraternidade
meu e-mail
myballs78@sapo.pt
Olá Brenda! Venho lhe agradecer por seu apoio e atenção. Estive viajando nos últimos dias e assim me vi impossibilitado de trabalhar no blog. Estou preparando uma nova postagem, mas antes quero deixar um grande abraço e meus sinceros votos de sucesso para você.
Antes que tudo se cale; fale
Antes que tudo adormeça; vibre
Antes que tudo se apague; escreva
Antes que tudo se transforme; sinta
Antes que tudo acabe; viva
Por Jefhcardoso
legal seu blog estou seguindo ele parabens que deus te abençoe na sua caminhada
Muito bom.
O cotidiano é uma bela fonte.
A melhor flor se colhe nos jardins
mais simples.
Bj
Evandro Gomes
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