Paulo Henrique, meu pequeno sobrinho, ser tão amado e esperado... hoje você fez a titia chorar de emoção ao te ver pela primeira vez na maternidade São Camilo. Seu corpinho frágil, suas mãozinhas grandes, sua cabecinha lisa e bochechinhas rechonchudas me obrigaram a conter meu afeto e amor por você. Sim, pois minha vontade era te tirar daquela estufa, te segurar no meu colo, te beijar, te abraçar, sentir seus 3kg e 200g de ternura pesando nos meus braços, Paulo Henrique.
Te esperamos há 39 semanas, e agora você ainda prolonga um pouco mais. Ora, Paulo Henrique, meu caro lindo sobrinho recém-nacido: venha logo aqui pra fora, receber os beijos que te esperam. Os presentinhos e mimos. Venha conhecer seu bercinho, seu quartinho, a decoração e tudo mais. Tenho tanto pra contar, e cantar! Você vai ver tudo azul, só pra você!
O mundo é seu, Paulo Henrique, para além da transparência acrílica dessa Unidade de Terapia Intensiva. E é com esse pensamento, querendo te explicar sobre a vida e o mundo aqui fora, meu amado sobrinho, que abro o vão da estufa e canto pra você. Aquela canção da formiguinha da roça, que minha mãe costumava cantar para ninar. E você se agita todo; acho que não gosta.
Quanto estresse, não? Imagino que nascer não seja nada fácil! Gente desconhecida invadindo sua intimidade, abrindo sua casa à força, te puxando pra fora. Luz, barulho, desordem. Tudo tão diferente do lar, doce lar uterino, né? Ouvi dizer que você estava relutante na hora do parto; ficou com preguiça de sair. A titia te entende... deve ser uma delícia ficar no ofurô que é a placenta da sua mãe, enchendo a cara de líquido amniótico.
Mas, passado o susto, Paulinho, te digo: pode vir. Saia. Mame. Golfe. Fique sossegado. Todos vão cuidar de você. Não digo que o pior já passou (ah, os tropeços da vida!), mas garanto que todos faremos tudo que estiver ao nosso alcance (ou fora dele!) para que você tenha uma estadia deliciosamente satisfatória. E feliz.
Acaricio sua fina barriguinha, dou meu dedo (prévia e meticulosamente esterelizado) pra você segurar, e te assisto apaixonadamente, enquanto unha esse seu rostinho tenro de tal maneira inconsequente que só os bebês dominam. Te assisto, Paulo Henrique, te amo.
Você é o novo amor da vida da titia.
Um comentário:
Querida Brenda,
Parabéns!!!
Muito emocionante o que voce escreveu.
Este texto tem que ser guardado, para que ele veja um dia quando estiver grandinho, o quanto essa titia coruja é especial.
Forte abraço,
Sidnei
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