Atriz Brenda Ligia & diretor Wagner Moura |
"Marighella foi um defensor da justiça social e igualdade entre as pessoas, mas nunca falou sobre a questão do racismo, porque não era uma pauta da esquerda. Também não é suficientemente hoje, como deveria ser. A esquerda não entendeu que não se pode falar de nenhuma questão social sem falar de racismo. Sem entender que o evento histórico que fundamenta nossas relações sociais é a escravidão.
O Brasil foi o último país do mundo a abolir a escravidão. O Brasil tem na sua arquitetura quartos de empregada, e as empregadas são em maioria mulheres negras, que tiveram a lei trabalhista regulamentada há poucos anos – e que gerou uma polêmica. Embora isso não tenha sido um discurso frontal de Marighella, porque não era da esquerda naquela época, mas pelo fato de ele ser um homem negro e defensor da justiça social, a pauta do racismo faz muito sentido em sua boca”.
Wagner Moura
Essa foto foi tirada no camarim do Auditório Ibirapuera, depois da apresentação da nossa leitura dramática de “Tchau, Querida!”, peça inédita de Ana Maria Gonçalves (autora de Um Defeito de Cor).
Obrigada, Marcelino Freire
Tchau, Querida!
Direção: Wagner Moura.
Com: Brenda Ligia Miguel, Heloísa Jorge, Fabio Assunção, Geraldo Rodrigues, Jorge Cerruti, Olívia Araújo e Teca Pereira.
Balada Literária 2016 - Auditório Ibirapuera - Oscar Niemeyer, São Paulo
“A montagem trata das relações interpessoais e do poder da narrativa na construção de histórias, tendo como pano de fundo questões históricas, políticas e sociais.”, explica Ana Maria Gonçalves. “Ela se passa dentro desse contexto brasileiro de mascarar ou esconder algumas coisas, como foi o caso da ditadura e da escravidão, e suas consequências para a pós-abolição, e de ninguém assumir o que aconteceu”.
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