Acabei de voltar de uma viagem insana com um escritor fugitivo, embriagado e obsessivo chamado Paulo (ah! Este é o nome do meu avô, do meu pai, do meu sobrinho e afilhado). Tudo começou em SP, na boca do lixo, explorando a fé evangélica, a literatura clássica e o erotismo barato. Voamos juntos aos Estados Unidos da América (ah! Quando eu tinha 15 anos, meu pai nos levou a Nova Iorque; pena que, naquele tempo, eu ainda não tinha olhos para ver a cidade que cercava meu mundo).
Depois, por terra, rastejamos pela malha viária, numa "bad trip" paranoica com fedor de urina ácida empesteando todo o ônibus (ah! Minha infância na estrada entre SP e MG… como era doce a chegada a Ibiá, Altas Terras, a minha natal, da família Miguel! Nas paradas de 15 minutos, brôas de fubá). Para Paulo, Dreher na garrafinha; o excesso lhe cai bem.
Paramos em Maceió. Seguimos até Palmeira dos Índios, terra de Graciliano Ramos, onde personagens desorientados destrincharam nossa vala dos ímpios mundanos. Farras homéricas no meu Recife… dor, prazer e amortecimento químico de toda sorte. Voltamos a São Paulo (onde mora minha mãe, Dona Marizia), misturando realidade e ficção, entregues à luz e escuridão desse "road book" que passou como um filme na minha mente. Uma viagem alucinante e cinematográfica, que acabou na página 204 mas ainda me faz sangrar pelos poros.
Iberê Segundo Paulo, de Lula Falcão |
P.S.2: Agradeço também ao bispo Iberê, pois sem ele não teríamos conhecido o Inferno nem o Céu.
"Viver é fácil; difícil é escrever a vida" (Mino, em "Iberê Segundo Paulo", de Lula Falcão, à venda nas melhores livrarias do país. Boa viagem!).
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