Recife (+Olinda) está fervilhando com o festival de cinema (Cine PE) que acontece (há 15 anos) no centro de convenções. Deliciando-me com o frescor da primeira vez, aproveitei ao máximo a novidade. Adorei a experiência de imersão: todo meu mundo dentro daquela sala mágica, por horas a fio... foi sensacional. Mas, como tudo na vida, existe um DRAMA.
Depois de mais de 1 hora de trânsito infernal aqui em Recife (devido ao mau tempo; só chove chuva), finalmente chegamos ao centro de convenções de Olinda, para prestigiar o novo longa do Toni Venturi (Estamos Juntos). Atrasados e esbaforidos, já no hall que precede a gigante e garbosa sala de cinema (mais de 2 mil lugares!), encontramos grupo de amigos, que alarmavam: "A DEFESA CIVIL ACABOU DE MANDAR ENCERRAR O FESTIVAL. TODOS DEVEM IR PRA CASA, POIS VAI CAIR UMA TEMPESTADE DE ENORMES PROPORÇÕES."
Gelei. Sem titubear, voltamos ao estacionamento em largas passadas. Os pais e mães de família ligavam pros seus filhos, exaltados, temendo pela segurança dos rebentos. Eu, nervosa, previa grandes catástrofes: tudo ia engarrafar, a água ia subir, e seria um caos bárbaro. "Olha esse ar parado, estranho, gente!", anunciei meu pânico. Liguei pra família, mandando todos irem pra casa, COM URGÊNCIA!
(embora tentasse dizer isso de maneira "calma", imagina...).
No caminho de volta pra casa, mais chuva e alagamento em Boa Viagem. Minhas pernas bambas me desgovernavam, meus dedos trêmulos dificultavam o acesso ao touch screen do celular (pra fuçar notícias no google, sobre o fim dos tempos). O coração insistia em golfar pela garganta... uma sensação péssima pra alguém dramática como eu. Passo mal, mesmo.
Chegando em casa, depois de infinitas rezas atormentadas e silenciosas, a glória: internet. E eis o que encontrei sobre o boato: http://www.pernambuco.com/ultimas/nota.asp?materia=20110504224859&assunto=6&onde=Viver
Depois de mais de 1 hora de trânsito infernal aqui em Recife (devido ao mau tempo; só chove chuva), finalmente chegamos ao centro de convenções de Olinda, para prestigiar o novo longa do Toni Venturi (Estamos Juntos). Atrasados e esbaforidos, já no hall que precede a gigante e garbosa sala de cinema (mais de 2 mil lugares!), encontramos grupo de amigos, que alarmavam: "A DEFESA CIVIL ACABOU DE MANDAR ENCERRAR O FESTIVAL. TODOS DEVEM IR PRA CASA, POIS VAI CAIR UMA TEMPESTADE DE ENORMES PROPORÇÕES."
Gelei. Sem titubear, voltamos ao estacionamento em largas passadas. Os pais e mães de família ligavam pros seus filhos, exaltados, temendo pela segurança dos rebentos. Eu, nervosa, previa grandes catástrofes: tudo ia engarrafar, a água ia subir, e seria um caos bárbaro. "Olha esse ar parado, estranho, gente!", anunciei meu pânico. Liguei pra família, mandando todos irem pra casa, COM URGÊNCIA!
(embora tentasse dizer isso de maneira "calma", imagina...).
No caminho de volta pra casa, mais chuva e alagamento em Boa Viagem. Minhas pernas bambas me desgovernavam, meus dedos trêmulos dificultavam o acesso ao touch screen do celular (pra fuçar notícias no google, sobre o fim dos tempos). O coração insistia em golfar pela garganta... uma sensação péssima pra alguém dramática como eu. Passo mal, mesmo.
Chegando em casa, depois de infinitas rezas atormentadas e silenciosas, a glória: internet. E eis o que encontrei sobre o boato: http://www.pernambuco.com/ultimas/nota.asp?materia=20110504224859&assunto=6&onde=Viver
Me fez lembrar uma vez em que, ainda pequena, na cidade onde nasci (Ibiá, MG- a capital do leite), correu um boato assustador (sobretudo para uma criança!) de que o fim do mundo estava próximo (naquela época não tinha isso de bullying. Nem facebook). Na mesma noite (era período de férias e a cidade estava cheia... anos 80!) deu uma pane elétrica e faltou luz no bairro Rosa Maria, onde moravam meus avós. A fiação dos postes começou a faiscar: tudo se apagou e comecei a gritar, em pânico! Puxava minha então priminha Clecinara Lane pelo bracinho e dizia: "vamos morrer juntas... é o fim do mundoooo, Clêeee!". Ela não quis, morrer comigo (a doida). Assustei os mais novos da família, e diverti outros tantos (mais velhos). E sofri, de verdade, por um dos fins do mundo que assolam minha vida.
Definitivamente, não é um pensamento bom pra quem está prestes a embarcar pra São Paulo.
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MAIS SOBRE O CINE PE...
Vi, ali, tantas vidas! Tinha um cara do interior que curte fazer filmes de terror de baixo orçamento; aprendi 1 pouco sobre Carlos Penna Filho, com arte e poesia; metaforizei sobre o casamento; conheci o resultado artístico e benéfico de um projeto social bem realizado; ri com o lado bem humorado da rivalidade regionalista; suspirei com a singeleza da beleza e da simplicidade na brincadeira de 2 crianças; me abusei com um bocado cômico sobre os antigos casamenteiros; torci pela realidade cruel da desapropriação de terras (plantio de cana); refleti sobre uma visão interessante e ousada do fisiculturismo; e tinha também a ótima Leandra Leal, que sempre toca o coração dos espectadores (papo brabo, de gente grande: tumor no cérebro).
Nos créditos, nomes de muitos colegas. "Nossa, nem sabia que fulano tinha feito tal coisa no filme de beltrano!".
Veio a mãe do Wagner Moura; atrás dela, dançava um bonecão de Olinda vestido como capitão Nascimento.
Também veio Pelé, recebendo homenagem cinematográfica. Sem dúvida, uma FESTA do cinema nacional; daqui de Pernambuco para o MUNDO. Sem fim.
Um comentário:
Já estou imaginando, você no meio desse anúncio de catástrofe!
beijo
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