No interior de Minas Gerais (e de outros tantos lugares), é comum existir, em casa, um cômodo só para receber visitas. Só que, visita boa mesmo, sempre prefere ficar na cozinha (atire a primeira pedra quem não tiver um pé na cozinha). Por isso apelidei este cômodo de "Sala Fantasma", carinhosamente.
Um sucesso arquitetônico. Paredes verdes, tapete felpudo, cristaleira espelhada, lustre colorido-reluzente.. imagine quanto brilho. Tem um sofá que é branco por dentro e marrom por fora, por causa da capa que minha mãe usa para cobri-lo. "Sofá branco não combina com criança", explica a vovó, dona da casa. Claro, pois Sala Fantasma que se preze tem que ser na Casa da Vovó, obrigatoriamente.
O mais alto grau de funcionalidade da Sala Fantasma vem em datas comemorativas, tais como aniversários. Ontem, por exemplo: aniversário do meu irmão Arthur Eustáquio. O local ideal para uma festa surpresa? A Sala Fantasma, BINGO! Na última década, toda e qualquer festa surpresa vem sendo oferecida aos membros da família ali. Na doce e terna Sala Fantasma. Aquele brilho no olhar das crianças (sobrinhos) quando ouvem o portão da garagem se abrindo... ele vem chegando: silêncio!
Quando tem muita gente escondida no escuro e o aniversariante se aproxima, o silêncio torna-se mais difícil que sobreviver com salário mínimo. Então acontece o "fenômeno do SHHHH": um diz "SHHH" para encobrir o "SHHH" de outra pessoa, e começa uma cadeia de "shhh's" cada vez mais altos, que culmina no "parabéns pra você", com a entrada do sujeito. PRONTO!
Monólogo interno do cabra a caminho da Sala Fantasma:
"Hoje é meu aniversário e ninguém da minha família me ligou. Fui chamado à Sala Fantasma. Opa, escuto um zum zum zum, falação contida e sussurros. Agora ouço um SHHHH. E outro SHHHH ainda mais alto. Acho que a Sala Fantasma é realmente mal-assombrada... pois não haveria de ser uma festa surpresa pra mim!"
Um sucesso arquitetônico. Paredes verdes, tapete felpudo, cristaleira espelhada, lustre colorido-reluzente.. imagine quanto brilho. Tem um sofá que é branco por dentro e marrom por fora, por causa da capa que minha mãe usa para cobri-lo. "Sofá branco não combina com criança", explica a vovó, dona da casa. Claro, pois Sala Fantasma que se preze tem que ser na Casa da Vovó, obrigatoriamente.
O mais alto grau de funcionalidade da Sala Fantasma vem em datas comemorativas, tais como aniversários. Ontem, por exemplo: aniversário do meu irmão Arthur Eustáquio. O local ideal para uma festa surpresa? A Sala Fantasma, BINGO! Na última década, toda e qualquer festa surpresa vem sendo oferecida aos membros da família ali. Na doce e terna Sala Fantasma. Aquele brilho no olhar das crianças (sobrinhos) quando ouvem o portão da garagem se abrindo... ele vem chegando: silêncio!
Quando tem muita gente escondida no escuro e o aniversariante se aproxima, o silêncio torna-se mais difícil que sobreviver com salário mínimo. Então acontece o "fenômeno do SHHHH": um diz "SHHH" para encobrir o "SHHH" de outra pessoa, e começa uma cadeia de "shhh's" cada vez mais altos, que culmina no "parabéns pra você", com a entrada do sujeito. PRONTO!
Monólogo interno do cabra a caminho da Sala Fantasma:
"Hoje é meu aniversário e ninguém da minha família me ligou. Fui chamado à Sala Fantasma. Opa, escuto um zum zum zum, falação contida e sussurros. Agora ouço um SHHHH. E outro SHHHH ainda mais alto. Acho que a Sala Fantasma é realmente mal-assombrada... pois não haveria de ser uma festa surpresa pra mim!"
Por trás de cada festa surpresa existe a obrigação implícita do aniversariante de agir como se jamais tivesse imaginado o que poderia acontecer. Aja como se o improvável absoluto tivesse acontecido. Pra isso servem as surpresas. E os organizadores agradecem. Na Sala Fantasma ou não.
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