Quando chega o carnaval, o Brasil se prepara e PARA (tudo). Aí vem a folia, a alegria, que contagia... obrigação de ser feliz no meio de tanta magia. Eu já aprontei minha fantasia (com plumas, brilho e laço de fita; tudo separadinho aqui na cadeira, pronto pra amanhã cedinho).
Aqui em Recife respira-se a euforia dessa festa linda, democrática, musical.
Iniciando a jornada, logo pela manhã, sai o maior bloco de carnaval do mundo, o Galo da Madrugada. Vou ver, novamente, esse tremendo espetáculo de mais de 1 milhão e meio de pessoas juntas com um único objetivo: brincar.
Também tem os blocos de Olinda, que são uma beleza. Amanhã é dia do "Hoje a Mangueira Entra" (um luxo). Domingo tem "I love Cafuçu" (sucesso). E também tem "Segura a Coisa", "Guaiamum na Vara", "Eu Acho é Pouco"...
No Recife antigo (centro) tem o Rec-Beat, com uma vasta programação cultural. Tem inúmeros shows, apresentações, maracatu, frevo... é impossível ver tudo! E tem muita coisa boa.
Enquanto isso no sudeste, os paulistanos também aproveitam o carnaval:
VAI QUEM QUER. Esse é o nome do bloco que sai todas as noites (por volta das 21h) da Praça Benedito Calixto (concentração) e percorre as ruas de Pinheiros levando as tradicionais marchinhas carnavalescas ao povo que segue a banda.
O bloco já existe há mais de 30 anos, e foi fundado por uma Velha Guarda ma-ra-vi-lho-sa que eu tive o prazer de conhecer. Eles que mantem vivo o espírito do carnaval naqueles que optam por passar a data em São Paulo e fazer uma festa bonita, organizada e alegre.
É bonito ver o artista plástico esculpindo o carro alegórico que ele idealizou e construiu para levar para a "avenida". Ou a "jovem guarda" engajada na promoção da paz entre os foliões mais exaltados. Ou o povo todo, a multidão que segue a massa pelo rastro do som, da música, da marcha, da festa alegre que é o carnaval... ilusão ou não, a farra impera!
Foi o Vai Quem Quer quem me acolheu nos últimos carnavais. Lá que aprendi a dar uma de madrinha de bateria, aprendi a tocar surdo, a ir junto com o povo, a não sair do compasso, a fazer xixi em 10 segundos, a marchar conforme a música, a apreciar o espetáculo, a brincar de ser feliz. No carnaval ou não. Sem dúvida, um espetáculo no qual só VAI QUEM QUER.
Tirei essa foto enquanto tocava surdo na banda Vai Quem Quer em outros carnavais. Em uma das ruas de Pinheiros, olhei pra trás e não acreditei nisso que vi: TANTA GENTE ali seguindo a gente, cantando e dançando! Pensei comigo: "nossa... inacreditável pensar que nós estamos movendo tudo isso de gente" (+ carro de som, uai). É, no mínimo, mágico.
PS.: Nessa data é inevitável lembrar da saudosa foliã-fundadora Thais Sauaya, que, antes de partir, fez dessa vida uma grande folia...