Brenda Ligia

4 de maio de 2014

Hoje eu quero voltar sozinho

Quando eu era jovenzinha em São Paulo, fui convidada por estudantes de cinema da USP para participar de alguns curtas universitários. Fui, fiz e foi tudo certo, com aprendizado pra todo lado. Valeu nossa experiência. 
Muitos anos depois, este mesmo cineasta, Daniel Ribeiro (com Diana Almeida), fez seu primeiro longa-metragem (de muitos, que, certamente, virão). Estive hoje num Cinemark para prestigiar seu trabalho e saí em êxtase! Belíssimo, este "Hoje eu Quero Voltar Sozinho". Quanta sensibilidade! É um filme de amor, drama e comédia, que destrincha as agruras da diferença e as descobertas da adolescência. 
Com direção primorosa e fotografia elegante, o filme alimenta-se do banquete de rostos novos de atores sempre sólidos em cena (o jovem protagonista está impecável). Nada é sem propósito: cada olhar, cada palavra, gesto ou silêncio são bem colocados na trama. A trilha sonora de alta qualidade é praticamente um personagem à parte, que harmoniza-se com o todo. 
Hoje eu quero voltar sozinho, de Daniel Ribeiro
Eu também vivi aquilo. O bullying na escola (que fortalece), os amigos para sempre (que expiram), as festinhas badaladas (para as quais não fui convidada), o primeiro beijo (tão temido e aguardado), o intercâmbio ao exterior (que amadurece)... cada um com sua própria experiência. É este o recheio da vida que nos faz gente com o tempo. 
Uma forte viagem sensorial é a essência deste filme. As cenas do banheiro, do cinema, do eclipse... tudo se constrói para deixar o público com um enorme sol estampado no peito, em forma de sorriso, querendo entrar um pouco mais nesta história tão humana, neste grande acerto artístico e cinematográfico chamado "Hoje eu Quero Voltar Sozinho".
Daniel: muito obrigada por nos lembrar que A VIDA PODE TER FINAL FELIZ.


Aos meus amados sobrinhos João e Victor: a titia faz questão que vocês assistam a esta obra-prima! Convidem seus amigos acima de 12 anos, ou seus pais, que também irão adorar. É imperdível! 

"A gente tem que falar as coisas que sente; não adianta deixar guardado"

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